Coletânea da obra de Mário Sette, publicada em 2005, em dois volumes: Romances Rurais e Romances Urbanos.
Como escritor ficcionista, memorialista, cronista e didático, Mário Sette registrou não somente a História recifense, mas as facetas dessa história e o lado pitoresco dos costumes da sociedade pernambucana – recifense, olindense, caruaruense.
As bisnetas Paula Melo Rêgo Barros e Rossana Sette Melo Rêgo, idealizadoras e responsáveis pelo conteúdo deste site, junto ao busto de Mário Sette, na Academia Pernambucana de Letras.
Temos, então, o honroso dever de informar sobre a vida e a obra do professor e escritor Mário Sette. Dever esse que nos fez conscientes da responsabilidade de conservar e transmitir uma parte significativa da História e da tradição cultural de Pernambuco.
A sociedade brasileira guarda em si alguns problemas. Ainda somos um Brasil de tradição jovem, todavia caminhamos a passos largos para maturidade. Sofremos de uma deficiência cívica em nossa formação cultural agravada pela longa manus do imperialismo econômico. No entanto, queremos ser “um país jovem” e “do futuro”.
Num súbito olhar sobre a realidade brasileira, enxergamos que as demandas da educação e da saúde são minimamente alcançadas. A demagogia política e as falsas ideologias traçam diretrizes que não transformam a qualidade e a eficiência da prestação desses serviços em nosso país. Parece que os legítimos objetivos institucionais da educação e da saúde não são os focos dessas ações políticas. Nem tampouco a vontade do Estado é a legítima vontade da coletividade, precipuamente, soberana em país democrático de direito.
O país, que possui a mentalidade política de governar e ser governado
sem educar nem assistir seus cidadãos com proficiência, deveria
estar condenado ao subdesenvolvimento, sem direito a ser considerado “em
desenvolvimento”.
A dicotomia entre pensar e agir, coerente e legitimamente, em favor do desenvolvimento
humano, como base estrutural para um desenvolvimento sustentável da sociedade
brasileira, é demasiadamente confusa e intrigante em seus quatro pontos cardeais.
É facilmente compreensível e todos nós concordamos que
não há presente que garanta um futuro exitoso, sem antes ter havido
um passado bem vivido e bem sabido. Assim como, qualquer iniciativa que invista
em uma base econômica sem atrelá-la à base humana, pode
até trazer algum progresso, mas, certamente, não trará
desenvolvimento sustentável.
Compactuamos com Hannah Arendt em concluir que um povo que tem raízes
e que as conhece e as reconhece como sendo suas, pode considerar-se sujeito
de sua História, portanto, senhor do seu destino. Defendemos a educação
e a historicidade do povo brasileiro, aqui, em especial, a educação
e a historicidade do povo pernambucano, através da preservação
da memória do professor e escritor Mário Sette.
Mário Sette (1886-1950) foi um humanista que dedicou sua vida à
educação e às letras de Pernambuco. Ele se conhece
e se reconhece como um vocacionado em revelar a “pernambucanidade”
de seu povo, em conduzir sua gente ao caminho do saber. Numa época
em que o brasileirismo, ou seja, o modo de ser brasileiro era um dos elementos
preciosos de construção de nossa identidade nacional.
Como escritor ficcionista, memorialista, cronista e didático, Mário Sette registrou não somente a História recifense, mas as facetas
dessa história e o lado pitoresco dos costumes da sociedade pernambucana
– recifense, olindense, caruaruense. Em estilo simples e autêntico,
ele marca, definitivamente, a literatura do final do século XIX e início
do século XX, imortalizando Pernambuco nas letras nacionais e internacionais
– a exemplo de Portugal e Argentina.
Sua multi-interdisciplinaridade lhe permitiu o engenho de desenhar os cenários
de seus romances e novelas, urbanos e rurais, e de dar vida aos personagens,
num tempo e espaço, que resgatavam o imaginário de uma época.
Lucilo Varejão Filho, numa análise literária dos Grandes
Romances Urbanos de Mário Sette, alude que “o autor primeiramente
prepara o ‘cenário’ dentro do qual quer fazer passar-se a
sua história; consegue, então, com seus conhecimentos de arqueologia
social recifense, ‘mobilhar’ esse cenário com meticuloso
cuidado que, partindo da arquitetura, do mobiliário e do vestuário,
passa pelos meios de transporte, hábitos, linguajar e chega até
aos preconceitos e às idéias políticas do Recife dos fins
do século XIX”.
Herdamos, em sucessão natural, o patrimônio intelectual, histórico,
cultural e espiritual do professor e escritor Mário Sette. E, ao longo
dos anos, temos destinado, a título gratuito, a maior parte desse acervo
à Fundação Joaquim Nabuco – FUNDAJ, para fins de
guarda, conservação e disponibilidade a todos os interessados.
Agimos na esperança de que todo esse manancial de informações
cumpra com a sua função social de conservar e transmitir o conhecimento
mariossetteano e com isso (in)formar a sociedade pernambucana.
Lembramos que Academia Pernambucana de Letras – APL, já guarda,
conserva e disponibiliza livros e coleções da biblioteca do professor
e escritor Mário Sette. Desta forma, os livros e documentos aqui referidos,
poderão ser consultados tanto na FUNDAJ como na APL.
Temos, então, o honroso dever de informar, nesta página
sobre a vida e a obra do professor e escritor Mário Sette.
Dever esse que nos fez conscientes da responsabilidade de conservar e
transmitir uma parte significativa da História e da tradição
cultural de Pernambuco.
Nesta página, cedemos espaço aos dados biográficos de Mário Sette
escritos por alguns intelectuais pernambucanos. Oferecemos a referência
bibliográfica sobre a sua autobiografia, intitulada MEMÓRIAS
ÍNTIMAS e, também, sobre os seus romances, contos, novelas, crônicas e textos
didáticos. Mais uma vez evocamos a vida e a obra de Mário através
de textos publicados em jornais do Recife por ocasião do seu centenário
de nascimento e aproveitamos para citar algumas homenagens que lhe foram prestadas.
Ainda, acrescentamos informações genealógicas
de ascendência e descendência do escritor.
Com especial atenção, destacamos, entre os seus descendentes,
o professor e escritor Hilton Sette, seu filho, e a professora Hílcia Maria Sette
Melo Rêgo, sua primeira neta. Não somente, mas, explicitamente,
eles foram os primeiros guardiões do patrimônio literário
e afetivo de Mário Sette. E, com carinho, abrimos o álbum de família
para mostrar o professor e escritor Mário Sette na intimidade de seu
lar e na companhia de seus filhos e netos.
Nós, bisnetas de Mário Sette, esperamos que esta página venha
cumprir com a sua função social!
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