Estas crônicas são ainda cenas do passado brasileiro. Quadros e tipos de ruas perpassando, a esmo, na variedade dos aspectos quotidianos de uma cidade.
O ângulo de visão do cronista é, sem dúvida, o do seu burgo, mas os quadros têm um sentido único para todos os filhos deste país. A unidade brasileira, sim, está na semelhança dos costumes como nas origens, na língua, na fé, nas tradições. Tudo é brasileiro e há um só Brasil.
As barcas de vapor, a seu tempo de novidade, serviram pra trazer notícias
e modas de fora, com rapidez, elementos de progresso e de cultura, enquanto reforçavam
os elos da nacionalidade, aproximando províncias, unindo compreensivamente
patrícios.
Neste livro, as Barcas de Vapor não querem ter outra missão: trazem
novas de um Brasil antigo para que o de hoje cada vez mais se estenda e se estime.
Fonte: Notas do editor in: SETTE, Mário. Barcas de Vapor. São Paulo: Edições Cultura, 1945.